sexta-feira, 1 de abril de 2011

              Como um papel,
Deixei de ser humana, quando decidi me entregar as palavras.

Hoje sou um poema desenhado em um papel branco; Não gosto de cores em desenho singular; gosto tudo bem escuro, e muito bem traçado.

Sentada na pedra, do mais alto penhasco, vejo uma menina nua, de costas para mim, seu cabelo curto e com três cores, estão acessos por causa do reflexo das estrelas; Fico admirando a posição que ela se encontrar sentada. E ao aprofundar o olhar, eu vejo sua coluna vertebral como se fosse um caminho contornado de pedras e complicações, seus ombros finos e pontudos tremem lentamente por causa da leve brisa, ao tocá-los. É lindo perceber que ela brinca com a gigante lua, resplandecente que está à sua frente. Ela parece ser tão serena e transmitia paz em sua nudez. Como uma máquina fotográfica os meus olhos fotografaram cada detalhe de seu corpo, suas pernas fechadas em borboletas mexiam como se quisesse voar, sua cintura tão bem desenhada; se tornava em um traço leve e marcante. Ah! Aquele corpo em frente há lua formando um eclipse sensual.

Inevitavelmente eu piso em um galho seco, e ela espantosamente olha para trás.

E eu digo:

 – Desculpe-me, eu não queria assustá-la.                                                                     

Ela silenciosamente mergulha o olhar sobre mim, e aqueles grandes olhos amarelos, me arrepiavam a coluna, gelando os meus ossos e paralisando todos os meus músculos.
E lentamente ela caminha em minha direção, e o medo começa a me dominar, e quando ela deixou o rosto brilhar na claridade do relógio o seu traço facial eram os meus traços, aqueles olhos médios e separados, aquele nariz largo e aqueles lábios avantajados eram literalmente os meus. Meu coração acelera e o meu metabolismo fica eufórico. E ao aproximar-se de mim como fumaça rosada aquela imagem sumiu, e aquele lugar que parecia ser mágico, havia se tornado em um quarto escuro acompanhado de um despertar. De uma forma medonha aquilo que eu havia visto, me causou um pânico profundo, só tive tempo de sair da cama, ficar de pé e cair ajoelhada; e com lágrimas nos olhos eu pedi a proteção dos Céus. Por que eu havia entendido, que o meu interior já se sentia em paz em plena falda de pudor. E uma luz entrou pela janela, e uma voz mansa disse:

- Não temas! Olhe ao seu redor. Então olhei e muitas luzes formavam um círculo sobre mim e me protegiam daquilo, que só podia me encontrar nos sonhos.

“Deus nos mostra em sonhos, aquilo que estamos precisando concertar.”

“E através de imagens, Ele nos ensina onde estamos errados.”


Honorio,Ana Carolina.

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