Suicídio pessoal.
Não sinto fome, porém não me alimento.
Sinto tristeza e falta de apetite, quero lutar, falar, berrar, mas só escuto o barulho do silêncio.
Sinto medo do amanhã, sinto medo de dormir, e de acordar.
Me sinto, um parasita inútil, por ter perdido algo que não me trazia felicidade, mas destruição.
Deitada sob uma cama feita no chão.
Janelas fechadas, pessoas dormindo, ventilador girando. Acho que já chegou o amanhecer.
Mas tenho medo de abrir os olhos e de encarar o dia. Então calada eu me abraço e me enrosco em meu edredom e escondo todas as partes do meu corpo.
- Há! Que medo do amanhã, hoje parece ser um dia daqueles.
Ouço barulhos! E não tem mais ninguém dormindo, com a porta trancada, eu ainda estou deitada, e com medo de sair debaixo das minhas cobertas. Ah! Senhor que medo de levantar, eu sinto uma tempestade, em claro dia de sol. A porta se abre e fecha, e ouço barulho de bolsas. Um calafrio invadiu o meu corpo quente fazendo acelerar o coração.
AH! Como eu sou covarde! Quero ficar deitada; o dia inteiro; quero fugir das conseqüências. Deus esse é o meu dia. Me proteja, tenho tanto medo de acorda. Mais uma vez a porta se abre, e uma voz acompanhada de uma respiração ofegante diz em tom grave: Carolina se levante! Precisamos conversar!
Rapidamente eu levanto, com muito medo da conversa, e ao me levantar, eu mal podia enxergar, meus olhos estavam covardemente colados, e minúsculos raios de luz eu podia identificar. E tomo coragem e me aproximando do espelho, pude abrir com os dedos a minha visão, e vi um semblante caído, amargurado, inchado, triste e infeliz. Em seguida eu pude enxergar a minha vida por um fio, e ao procurar o responsável pela aquela voz um aperto paralisou o meu coração, e me deparando com aqueles olhos decepcionados, recebi a bomba que saíra de seus lábios.
BUM! Explodiu! Quase morri! Chorei! Quase parti!
Agora eu pude compreender; o porquê do meu medo de levantar, e agora o que devo fazer? A verdade só me trouxe queda, me abrir me tornou vulnerável aos meus medos e como uma estaca pontuda, as minhas palavras foram cravadas em meu peito.
“Meus maiores pesadelos saíram do meu mundo dos sonhos e vieram para a minha realidade.”
Medo de Dormir.
Medo de deitar e de ser assombrada por pensamentos acusadores. Eu tenho medo de lembranças; que fazem parte do passado; medo de fechar os olhos e ver aquele sorriso que uns dias atrás me fez bem, e hoje não brilha mais pra mim.
Medo de dormir e de sonhar com coisas que estou fugindo, medo de deitar e cobrir o corpo, eu tenho medo de me enroscar em meu edredom como eu fiz pela manhã. Deus como será o meu dia de amanhã?
AH! Esse meu dia de hoje, foi um dia de lágrimas, tristeza e guerra.
Deus tu estais comigo? Diz algo Senhor! Estou ficando angustiada, eu literalmente parei o meu barco emocional dentro de um mar em plena tempestade. Contigo está o sol da justiça, contigo estão todas as soluções para os meus problemas.
Senhor me dá uma luz, me dá um sinal, me responde, paizinho querido sara essas feridas que estão expostas.
Sinto sintomas de humilhação e vergonha. Me acolhe? Me tira desse mundo? Cuida de mim? Só tua presença pode me satisfazer; me faz sentir amada e querida novamente.
Me ame? Quero retribuir os seus cuidados, os seus carinhos e principalmente o seu amor. To morrendo emocionalmente me trás a vontade de viver outra vez?
Quero sua paz, sua alegria, aqui no meu cantinho, sentadinha abraçando as minhas pernas e escondendo o rosto sobre os joelhos, me trás vida ao mundo? Eu te amo. Mas não posso mais sofrer assim; Se por mais um sofrimento desses, eu acho que meu metabolismo não irá resistir e secará as fracas batidas do meu coração. Me salva!
“Sinto medo de dormir, por não saber se amanhã vou ter ar e força para respirar.”
Honorio; Ana Carolina.



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